Reagindo às crises

17/04/2021 – Como a fé nos reanima a superar o sofrimento e a reconstruir nossa vida

Apresentação Pr. Jonas

Reagindo às Crises - Comentários juntos

Reagindo às Crises
Como a fé nos reanima a superar o sofrimento e a reconstruir nossa vida

Leia: 1 Samuel 30.1-8; 18,19

Introdução

Em dezembro de 2014, um terremoto no oceano índico causou gigantescas ondas que alcançaram cerca de 13 países. Chamado de tsunami por especialistas, essas ondas engoliram carros, casas, resorts, comunidades inteiras, deixando, no total, 230 mil mortos e uma devastação de proporções assombrosas. Pelos relatos de alguns sobreviventes, tudo parecia calmo antes de as ondas se recuarem para o mar, e, em seguida, causarem a maior tragédia natural do século XXI até então.

Talvez hoje você esteja vivenciando uma experiência igualmente desafiadora. Sua vida estava calma, serena e, de repente, foi abalada por uma notícia trágica. É certo que todos nós, mais cedo ou mais tarde, passaremos por crises e momentos adversos. A vida e as crises andam de mãos dadas e são extremamente naturais no decorrer da nossa existência. A pandemia, causada pelo coronavírus, está aí para nos lembrar disso.

Mas como você e eu temos reagido a essas crises e aos momentos difíceis quando chegam assim de surpresa? Qual tem sido a nossa atitude ou como temos nos comportado quando enfrentamos uma situação crítica e desesperadora?

Nesta reflexão, vamos abordar alguns aspectos muito importantes sobre crises, que poderão ajudá-lo a enfrentar e se preparar se um tsunami não lhe der um aviso prévio, e como elas podem ser um fator de crescimento na mudança criativa e transformadora de rota em nossa existência.


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A natureza das crises

No ano de 1995, eu e minha esposa Eliane, havíamos acabado de assumir o pastoreio de uma nova igreja na região do Vale do Aço mineiro, quando fomos surpreendidos por uma notícia que tirou o nosso chão. Nosso primeiro filho, Jônatas, já estava com mais de um aninho de idade e se desenvolvendo muito bem, quando uma nova e difícil gravidez foi anunciada. Enfrentamos uma grande tempestade durante os oitos meses e meio que durou aquela gestação, com idas e vindas a hospitais, exames, lágrimas, angústias e muita, muita oração. Depois de um parto de alto risco para a Eliane e marcas profundas na nossa alma, nosso bebê partiu para estar com o Senhor após três dias de nascimento.

As crises podem surgir assim como uma tempestade que vai tomando força e se intensificando com o tempo. Às vezes, aparece como um tufão, um furacão, ou um verdadeiro tsunami, de repente, com tanta força, consumindo tudo o que temos.

Elas, também, podem não dar aviso prévio: uma comunicação de demissão, um inesperado ataque de coração, uma notícia de falecimento precoce do cônjuge/noivo ou do(a) filho(a), um resultado de exame positivo para o câncer, um divórcio doloroso, a dor do abuso sexual e emocional, o drama da realidade da infertilidade, entre outras. De um momento para o outro, toda a vida é alterada, deixando-nos atordoados e completamente sem chão, sem sabermos para onde ir e o que fazer.

O pastor e psicológo J. Clinebell afirma que existem dois tipos de crises: as desenvolvimentais, que ocorrem por ocasião das transições estressantes, porém normais na jornada da vida, como casamento, aposentadoria, etc., e as acidentais, que causam tensões e perdas não esperadas, como doenças, acidentes, desemprego, entre outras, e que podem sobrevir em qualquer etapa da vida.

As crises têm o poder de causar profundas rupturas no modo de existir e viver. Passamos a não ser mais os mesmos, pois nos deparamos com uma nova realidade que exigirá uma redefinição do nosso estilo de vida e história. Nossas prioridades passam a ser alteradas e somos desafiados a construir uma nova forma de viver.

O fator pedagógico das crises

Por outro lado, e de maneira paradoxal, as crises e dificuldades têm o poder criativo de gerar oportunidades de mudanças e transformações saudáveis em nossa existência – gerando crescimento. O que podemos aprender com as crises é que há possibilidade de tirarmos proveito dos momentos adversos para nos tornarmos pessoas melhores, reinventando-nos e ressignificando experiências difíceis que nos causaram dor e sofrimento. A Eliane, eu e nossa família passamos pelo período do luto pela perda de nosso segundo filho, e a difícil gestação, com muita oração, jejum, lágrimas e forte apoio de irmãos e amigos. E nessa experiência, saímos vitoriosos, com a nossa fé ainda mais firme e a preciosa lição de depender única e exclusivamente do Senhor, não das nossas forças, pois sentimos a presença de um Deus que nunca nos abandona, pelo contrário: segura firme a nossa mão e nos ajuda a chegarmos vitoriosos do outro lado.

Estamos, de fato, em processo constante de mudança e crescimento. Em tempo de crise, devemos sempre nos perguntar: o que manter? O que mudar? O que reestruturar e ressignificar? Como nos reinventar? Como nos reanimar e nos reposicionar?

A verdade absoluta é que as crises e as dificuldades testarão o âmago do nosso ser, conduzindo-nos a um caminho de fortalecimento da nossa vida e da nossa fé ou pavimentará uma estrada de desesperança e derrota. Tudo dependerá da maneira como reagiremos às suas demandas.

Portanto, é fundamental aprender a lidar construtivamente com as crises, tomando decisões, encarando responsabilidades, corrigindo comportamentos tóxicos, e, também, elaborando sentimentos, atitudes e autopercepções que bloqueiam os sentimentos.

Rei Davi: homem forjado nas crises

Todos conhecemos o rei Davi por ser um homem segundo o coração de Deus (cf. 1 Samuel 13.14; Atos 13.22). Entretanto, o que às vezes não nos damos conta é que Davi somente alcançou essa condição porque, diante de perdas, frustrações, traições, tristezas, limitações, medos e ameaças de morte, aprendeu a reagir positivamente a esses desafios e crises.

No texto de 1 Samuel 30.1-8; 18-19, Davi passa por um momento crítico e desafiador em sua vida, e a resposta que ele teve foi determinante para o seu amadurecimento enquanto líder e para vivenciar uma existência saudável e vitoriosa.

Nesse episódio da vida do rei Davi, ele se encontrava distante do acampamento em Ziclaque, o qual se tornara uma cidade de refúgio para ele, seus familiares e seguidores. Fora oferecida, de forma generosa, pelo o rei Aquis, rei dos filisteus, depois que Davi lhe solicitara asilo político. Davi se alia aos filisteus, inimigos do povo de Deus, por causa da perseguição ciumenta e implacável do rei Saul.

Enquanto estavam marchando contra Israel, um confronto amargo para Davi, os príncipes dos filisteus, desconfiados e amedrontados diante da possibilidade de Davi se reconciliar com Saul na hora da batalha, solicitam ao rei Aquis a dispensa de Davi.

É nesse momento, quando Davi retorna para a cidade de Ziclaque, que ele se depara com uma situação desoladora e trágica, os amalequitas tinham dado com ímpeto contra Ziclaque e queimado e destruído tudo. Também levaram cativas suas mulheres e seus filhos.

Foi uma experiência dolorosa, dramática e devastadora para Davi e seus homens, a ponto de serem atingidos por uma dilacerante tristeza, levando-os a chorarem “até não terem mais forças para chorar” (v. 4). Sua angústia aumentou quando soube que o povo planejava apedrejá-lo, pois julgava que Davi, como líder inteligente e estratégico de guerra que era, não havia feito um planejamento adequado ao deixar o acampamento desguarnecido de devida proteção. Na verdade, fizeram de Davi um verdadeiro “bode expiatório”, lançando sobre seus ombros toda a culpa das perdas e destruição.

O fato é que tudo parecia estar perdido, sem perspectiva e esperança para Davi. Ele vive, portanto, uma experiência crítica em sua vida. Estava diante de um verdadeiro caos, um momento de profunda crise que poderia desestabilizar completamente sua existência e comprometer o seu futuro.

Uma reação surpreendente

Entretanto, Davi não se entrega, não se deixa vencer pela tristeza e derrota. Sua reação foi surpreendente e transformadora – uma reação corajosa, estratégica e consciente. Ele consegue se reerguer, levantar-se e procura, de forma equilibrada e destemida, canalizar suas forças na busca da restituição do que lhe haviam roubado e causado tanta dor e desespero. Ele procurou se reanimar no Senhor, e prosseguir lutando segundo a orientação de Deus.

Diante dessa desafiadora e dramática história, voltamos às indagações: como reagir de forma saudável e perseverante perante as crises e adversidades? De que maneira podemos continuar mentalmente lúcidos, espiritualmente saudáveis e fisicamente inteiros em tempo de dor e tristeza? Como não perder a esperança e a alegria de viver quando somos devastados pelas tragédias e desencantamentos da vida?

Sua reação equilibrada, saudável e humana diante dessa crise aguda acima relatada aponta para todos nós os caminhos que podemos também percorrer para superarmos tempos inesperados, situações críticas e adversas que a vida pode nos apresentar.

Vivencie a sua dor e tristeza

A primeira lição a aprender com o rei Davi é a de que não se deve negar ou esconder o sofrimento. O versículo quatro afirma que “Davi e o povo que se achava com ele ergueram a voz e choraram, até não terem mais forças para chorar”. Davi e o povo choraram até não haver mais lágrimas. Deixaram-se experimentar a dor e a tristeza.

Fazemos parte de uma sociedade em que muitos acreditam que quase toda expressão de tristeza e choro está associada diretamente a um tipo de depressão e, por isso, são necessários tratamentos e medicações. Em muitas situações, não existe a compreensão de que a dor e a tristeza precisam ser naturalmente vivenciadas e elaboradas a fim de não se adoecer gravemente.

A psicóloga clínica Ester Carrenho faz a seguinte advertência: “Quem não consegue vivenciar a tristeza em toda a sua profundidade também não conseguirá sentir a alegria em toda a sua intensidade” . Embasada em sua extensa experiência clínica, afirma de forma contundente que a razão de tentarmos fugir da tristeza é porque ela traz dor e desconforto. Mas é preciso entender que “há beleza e crescimento no caminho da dor” . O sofrimento nos faz crescer.

Nossa alma se expande em meio à dor e ao sofrimento: aprendemos a desenvolver mais gentileza, compaixão, ternura, compreensão e amor; tornamo-nos pessoas mais simples, destituídas de ostentação e damos menos valor ao que é supérfluo; procuramos depender mais de Deus e nos sujeitamos mais à sua vontade, destaca Ester. O sofrimento e as crises são realidades pedagógicas, pois nos permitem construir uma vida de crescimento em maturidade.

Davi não escondia suas crises, dores, tristezas e angústias da alma. Ele vivenciava, falava e cantava em vários de seus salmos sobre suas diversas tristezas. Em Salmos 42.5, por exemplo, ele questiona sobre a tristeza de sua alma. Ele diz: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu”. Em outro momento, quando fugia da perseguição impetuosa do rei Saul, faz uma oração pedindo ajuda a Deus diante do medo que o perturbava. Ele clama: “Contaste os meus passos quando sofri perseguições. Recolhe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas escritas no teu livro?” (Salmos 56.8). Davi, também aqui, encontra-se em profundo momento de lágrimas.

Portanto, preste atenção à sua dor e sofrimento. Não os despreze! Não os negue. Aprenda a vivenciar e elaborar a sua dor. Chore quando sentir que necessita chorar. Entristeça-se quando tiver de ficar triste. Davi chorou até não ter mais forças para chorar. Ele sentiu sua tristeza. Ele viveu o seu luto.

Reanime-se em Deus

Davi chorou copiosamente, muito se entristeceu, vivenciou o seu luto e perda, porém chegou o tempo de se reerguer e seguir adiante. Ele encarou de frente sua luta e foi em busca de suas conquistas, propósitos e sonhos. Não ficou alimentando o choro eternamente. Ele parou de chorar. O texto afirma que Davi, diante do seu sofrimento, reage com fé e coragem, pois “… se reanimou no Senhor seu Deus” (1 Samuel 30.6).

Como já descrevemos, todos nós enfrentaremos tristezas e dores. Algumas serão leves e passageiras; outras profundas, como perdas trágicas e inesperadas. Porém, depois do lamento, da dor e da observância do devido tempo de luto, que pode variar para cada um, a cicatrização da ferida poderá ser encontrada e um novo olhar para a vida surgirá. Embora as lágrimas tenham turvado a visão de Davi, elas também tiveram o fator terapêutico de clareá-las a fim de ampliar seu olhar para novas perspectivas, para a revelação de novas verdades. Davi aprendeu fortemente essa verdade a tal ponto que pôde afirmar no salmo 30.5: “As noites em que seus olhos choram abrem caminho para dias de risadas” (Bíblia A Mensagem). Isso nos dá esperança! Você já encontrou nova perspectiva de vida após um tempo de choro, de sofrimento?

Davi se renovou em Deus. Reanimou-se no Senhor. O verbo reanimar, no original, vem do hebraico, que significa “fortalecer, prevalecer, ser corajoso”. Davi se reanimou, fortaleceu-se, prevaleceu em Deus sobre a dor, a perda e o desânimo. Sem o ânimo e a força que vêm do Senhor, nós sucumbimos, não resistimos, desfalecemos!

Diante das contrariedades da vida, dos imprevistos da caminhada, das batalhas e calamidades que possam assolar nossas famílias, é preciso encontrar novas perspectivas em Deus. Quando somos afetados por situações de fragilidade, impossibilidades e sem recursos, podemos ter a certeza de que Deus nos renova e envia sua força e socorro.

Foi exatamente isso que Martinho Lutero, o grande líder da Reforma Protestante, declarou em seu hino Castelo Forte, quando, em crise, diante de ataques, ameaças e oposições, escreveu: “nossa força nada faz, estamos, sim, perdidos. Mas nosso Deus socorro traz, e somos protegidos” . Somente o Senhor tem o poder de nos reavivar e dar a direção que necessitamos.

Davi se reanimou no Senhor, fortaleceu-se em Deus, pois tinha convicção de que o Senhor é poderoso, bondoso, misericordioso e soberano sobre todas as coisas. Não se permitiu se alimentar do sentimento de autocomiseração, de autopiedade. Não foi contaminado pelo vírus do desalento, fracasso e derrota. Olhou para além das suas impossibilidades e limitações e confiou plenamente na força e direção que vêm de Deus.

Descubra a orientação de Deus

Diante da crise que estava passando, Davi consultou o Senhor em busca de uma orientação segura, que aliviasse a sua dor e resgatasse o que havia perdido. Ele perguntou se deveria perseguir o bando, e se iria alcançá-lo. O Senhor respondeu dizendo que deveria persegui-lo, porque, sim, iria alcançá-lo e tudo seria restituído (v.8).

No primeiro momento, podemos até pensar que a pergunta de Davi tenha sido óbvia, pois ele era um exímio guerreiro. Entretanto, apesar de toda sua experiência como guerreiro, de toda sua habilidade na arte da guerra, tinha convicção de que, sem a orientação segura de Deus, tudo poderia se tornar um grande fracasso. Era necessário, portanto, ouvir o direcionamento do alto, receber o conselho de Deus que lhe desse segurança plena de Sua estratégia quanto àquela situação tão crítica.

Davi manteve o autocontrole e a sabedoria para buscar o direcionamento de Deus antes de qualquer reação. Não se precipitou e, também, não confiou em sua própria capacidade. Foi em busca de uma resposta, uma orientação de Deus, que pudesse acalmar a sua alma e o ajudasse, de forma estratégica, a recuperar o que havia perdido.

Quando a crise se instala, precisamos respirar mais fundo, não nos desesperar nem entrar em pânico. Procurar manter a calma, o equilíbrio e a prudência é fundamental. Também não devemos permitir que reações precipitadas nos dominem, o que certamente agravaria ainda mais nossos problemas.

É importante saber que Deus deseja nos orientar em todas as situações comuns de nossas vidas, como no casamento, trabalho, família, saúde, negócios, especialmente naqueles momentos de crises. Ele está, de fato, interessado em todos os aspectos de nossas vidas que nos causam preocupações e dores. Precisamos buscar sempre a orientação de Deus nos grandes e pequenas eventos da vida.

Não sabemos o suficiente sobre o passado, presente ou futuro para, por nós mesmos, tomarmos decisões corretas, por isso precisamos do conselho de Deus e de pessoas usadas por Ele. Davi consultou o Senhor por meio da instrumentalidade do sacerdote, e obteve a direção certa para que pudesse ser bem-sucedido.

Diante das crises, não se precipite em suas ações e reações, nem permita que a ansiedade, a mágoa, o ódio, o ressentimento, a murmuração e o derrotismo impeçam a sua caminhada de restauração e vitória.

Portanto, não permita que suas atitudes sejam fundamentadas apenas nas emoções e impulsos. Elas não podem ser destituídas de reflexão e ponderação. Procure se aconselhar com pessoas de sua confiança. Busque a orientação de Deus por meio da oração e uma vida submissa à sua vontade. Aguarde o seu conselho e instruções. Observe os princípios contidos em sua Palavra. Atente para o seu comando e avance com confiança na direção por ele apontada.

Aja confiando na Palavra de Deus

Davi partiu, juntamente com seus homens, segundo a orientação de Deus (v. 9). Davi partiu, agiu, teve atitude! Não ficou na inércia, na apatia e indiferença, alimentando a perplexidade e a dor diante de sua calamidade. Quando chegam as crises, é preciso, debaixo da orientação de Deus, atuar, seguir adiante com fé e batalhar.

Os tempos de crises e adversidades tendem a nos paralisar, imobilizar, comprometendo assim nossa ação. Nós nos sentimos desorientados, inseguros e extremamente desanimados. É como se nossas forças fossem sugadas. Entretanto, é vital não deixar que a fraqueza, a preguiça, a apatia, a indiferença, a indolência e o medo nos paralise. A pior derrota é a derrota sem luta, sem ação, sem atitude.

Neste tempo de pandemia, causada pela covid-19, muitos enfrentam a dor da perda de entes queridos, da sua própria saúde e até de seus empregos. Por isso, tiveram de se reinventar. Igrejas tiveram de reelaborar suas atividades para se ajustarem aos novos tempos.
É preciso continuar caminhando, é preciso fazer algo. Devemos nos reerguer, colocar-nos de pé e lutar. Devemos agir, fazer algo como fez Davi. Uma atitude orientada por Deus e corajosa nos coloca acima das circunstâncias e acontecimentos críticos e adversos que possamos estar vivendo. Como bem declarou Dale Galloway: “Em última análise, a sua própria atitude é que o tornará completo ou destruído, e não o que aconteceu com você” .

É sempre a escolha de nossa ação e atitude que determinará nosso sucesso ou fracasso, nossa vitória ou derrota, e não as circunstâncias adversas que vivenciamos. Fomos criados, afirma ainda Galloway, “para ser o mestre sobre as circunstâncias, e não para ser dominados por elas” . Portanto, levante a cabeça e aja! Enfrente com sabedoria, coragem e fé os seus desafios. Sendo assim, a ação fará toda diferença, pois há um poder criativo e transformador na ação.

Portanto, Deus espera que vençamos o medo e a apatia e confiemos plenamente em sua palavra. Foi o que aconteceu também com o rei Davi; ele ouviu claramente o direcionamento de Deus e, com coragem e fé, levantou-se e foi atrás de seus inimigos. Ao mesmo tempo, Deus se incumbiu de ir à sua frente, preparando um caminho de restituição e vitória.

Conclusão

As crises são parte integrante da vida de todas as pessoas. Basta estar vivo para experimentar os contratempos, adversidades, dramas e problemas de toda ordem. Aprender a elaborar as dores e frustrações; a reagir com fé e sabedoria diante das dificuldades é condição fundamental para uma vida saudável e vitoriosa.

O rei Davi não negou nem permitiu ser dominado pela crise. Assumiu o controle da situação adversa com firmeza, fé, consciência e sabedoria. Ergueu-se com coragem e, direcionado por Deus, experimentou a reversão de sua situação crítica e desalentadora. Compreendeu que poderia, com a ajuda do Senhor, crescer com as crises, tirar proveito de sua situação assim como o marinheiro usa o vento contrário para guiar o barco ao porto desejado.

Procure encarar as crises e adversidades com fé e criatividade. Aprenda a desenvolver uma fé positiva e dinâmica, e, então, desfrutará de uma vida feliz e bem-sucedida.

Voltemos à reflexão: como você tem reagido e qual tem sido a sua atitude diante das crises e dos momentos difíceis em sua vida?

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1. Tsunami no final de 2004 matou 230 mil; veja lista dos principais desastres no mundo
Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/12/23/. Acesso em: março de 2021.

2. CLINEBELL, Howard J. Aconselhamento pastoral: modelo centrado em libertação e
crescimento. São Paulo: Paulinas; São Leopoldo, RS: Sinodal, 1987, p. 33.

3. CARRENHO, Esther. Caminhos de vida: reflexões para a mente, o corpo e a alma. São
Paulo: [s.n.], 2018, p. 54.

4. Ibden

5. LUTERO, Martinho. Castelo forte. Hinário Evangélico: com antífonas e rituais. São Paulo:
Cedro, 2010, hino 206, p. 161.

6. GALLOWAY, Dale. Reconstrua sua vida: como sobreviver às crises. Campinas, 2003, p.
80.

7. Ibiden. p. 83.

Apresentação Pr. Jonas